vinte e sete do doze

Eu não sei porque, mais fiquei ali, parada, sentindo uma dor enorme, um aperto no peito. Eu não sei por quanto tempo, mais fiquei ali, parada, observando por onde ele passará a um tempo atrás, sentindo as gostas da chuva escorrerem pelo meu corpo quente e sozinho, fiquei ali, escutando o barulho que aquela chuva fazia. Me senti vazia por algum motivo, não sabia no que pensar, ou o que fazer. Ele se foi, não da minha vida, ou do meu coração. Eu ainda o amo, e sei que ele sente o mesmo por mim, eu sei que ele voltará, mais rápido do que eu imagino, eu sei que amanhã cedinho ele estará a minha porta. Eu não sei o porque eu estava ali, alguma coisa esta errada, não com ele, não com o nosso relacionamento, mas comigo. Eu fecho os olhos e lembro do teu calor junto ao meu corpo, é bom, eu amo essa sensação!
A chuva continuava a escorrer pelo meu corpo quando me dei conta de que não havia nada errado. O que eu sentia era saudade, saudade daquele cheiro, daquele corpo, daquele beijo, daquele amor. Eu já tinha sentido saudade antes, eu sei! mas não como essa. eu o vi ir, ele devia sentir no meu olhar o que eu estava sentindo, estava ali, bem claro a dor que eu sentia, ele percebeu? Ele sentiu o mesmo que eu? Será?
Será que isso é bom? meu peito dói, é como se eu tivesse levado um soco bem no meio do peito, me falta ar. Lágrimas insistem em escorrer pelo meu rosto, a dor não diminui e nem a quantidade delas.
Não! Não! dói muito, o que esta acontecendo? não era pra ser assim, não pode ser assim! eu não quero sentir isso.
Eu o vi partir, cruzar as ruas até fujir do meu alcance. eu tentei, ouvi o barulho da moto, mais não tive reação, eu só o deixei ir. Porque não gritei pelo seu nome? porque não corri atrás? porque não pedi desculpas? porque eu não sabia o que fazer?
- Vamos, quanto drama, ele só foi pra casa, em menos de 12 horas ele já vai estar do seu lado novamente! - Não é drama, é dor, é SAUDADE. o pior dos piores sentimentos.